)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sem título,sem edição xD

Seu Geraldo era um homem baixo e magro para sua idade mas, seu coração era tão grande que muitas vezes era inacreditável que aquele coração cabia no seu minúsculo corpinho.

Ele trabalhava com o prefeito,era como uma ponte entre o prefeito e as periferias da grande cidade onde moravam não entendia o porque era pago pois nunca viu algo realizado após uma de suas reclamações.

Todas as quartas-feiras ia até o gabinete do prefeito tirava seu chapeuzinho e começava as reclamações.

Mais uma quarta-feira chegou e,lá estava ele de prontidão,quando o prefeito seu Mário o chamou :

- pode entrar seu Geraldo !

- boa tarde seu Mário .

-pode começar com as reclamações mas,vê se vai rápido que ainda tenho que tomar café .

- bom,o povo lá da favela de São Expedito está reclamando da falta de segurança .

-segurança? Hahahaha,me faça rir seu Geraldo,segurança pra que? Se são eles que incomodam a cidade,que roubam os turistas,que matam as pessoas.. segurança haha,esta foi boa! Continue seu Geraldo.

-o pessoal da favela de Santo Cristo esta reclamando da falta de educação para as crianças .

-educação? E desde quando favelado tem educação seu Geraldo? Chegam quebrando tudo,batendo em todo mundo,não sabem falar!imagina gastar verba com uma escola naquela favela pra que? Pra acabarem com tudo,pra matarem os professores? Nãão!deixa que logo,logo eles arrumam um ‘emprego’ no crime e esquecem dessa idéia.

Os olhos de seu Geraldo lacrimejavam e ele tinha que engolir o choro a todo instante,não conseguia entender o descaso do prefeito com pessoas feita de carne e osso feito ele.

-seu Mario,o povo da favela Sta. Maria esta reclamando da falta de médicos,tem uma menina de 15 anos,15 anos senhor!gravida com 8 meses de gestação que nunca foi consultada.

-aaaaaaah!não queira colocar a culpa em mim seu Geraldo,eu não mandei criança ficar transando por ai!e,outra de que adianta gastar com saúde pra esse bebe que ira nascer, se amanhã ele será um drogado de qualquer maneira?vou gastar meu dinheiro com a saúde de um cara que amanha ou depois estará destruindo-a com químicas?por favor seu Geraldo ,se o problema for gravidez irei mandar amanha mesmo distribuírem 5 mil camisinhas por lá.

Seu Geraldo era humano demais pra ouvir tudo aquilo,seu coração apertava dentro de seu peito. Estava prestes a chorar,pois sabia que no próximo ano,ano de reeleição o prefeito faria as mesmas promessas e o povo acreditaria,venderia seu voto por um quilo de arroz ou um pedaço de carne para os filhos,mas não,nada iria mudar .

O prefeito percebendo a angustia nos olhos do ‘empregado’ dispensou-o .

- acho que por hoje é só,não seu Geraldo ? se não quiser pensar mais nestes problemas de subúrbios mude de país...

Do outro lado da porta ainda pode ouvir seu Mário com ar de ironia gritar:

- ou vire prefeito!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

No leito

Se a morte colher-me em breve,
Pede ao vento que te leve
O meu suspiro final;
- Será queixoso e sentido,
Como da rola o gemido
Nas moitas do laranjal.

Quisera a vida mais longa Se mais longa Deus m'a dera, Porque é linda a primavera, Porque é doce este arrebol, Porque é linda a flor dos anos Banhada da luz do sol! Mas se Deus cortar-me os dias No meio dasmelodias, Dos sonhos da mocidade, Minh'alma tranqüila e pura À beira da sepultura Sorrirá à eternidade.

Tenho pena... sou tão moço! A vida tem tanto enlevo! Oh! que saudades que levo De tudo que eu tanto amei! - Adeus oh!sonhos dourados, Adeus oh! noites formosas, Adeus futuro de rosas Que nos meus sonhos criei!

Ao menos, nesse momento Em que o letargo nos vem Na hora do passamento, No suspirar da agonia Terei a fronte já fria No colo de minha mãe!

(Casimiro de Abreu - Ele fala por mim,de um jeito mais bonito)


OBS:NÃO CONSEGUI EDITAR A POESIAA :SSSSSSSSS

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Rrrrrrrrrrrrrr,crack,buuuuuuum

De repente lembrou-se de que estava consumindo sua última pedra de crack,deveria esperar passar o efeito e ir novamente á labuta. Já estava cansada de tentar parar com o vicio, já que era isso que a mantinha viva.Não mais ligava onde dormia ou o que comia apenas,queria sua pedra e seu cachimbo. Tentava lembrar-se da última vez que tinha ido para casa dos pais e se perguntou se ainda saberia chegar até lá,a casa de toda sua vida,vida que agora parecia uma daquelas músicas de fundo de filme de terror,aquelas músicas que deixam as pessoas nervosas e ansiosas para que a cena logo termine.

Ela tentou chorar,ter pena de si mesmo mas,a boca estava seca demais e achou melhor guardar um pouco de água no corpo. Sabia que teria de tentar arrumar um perfume antes de ir oferecer seu corpo na beira da estrada para os caminhoneiros ou operários já que eram esses seus habitués,aqueles porcos todos suados e fedorentos mas que exigiam pelo menos um perfume exalando do corpo dela. No começo não se sentia bem,ia contra tudo o que sempre defendeu,imagina alguém vender seu corpo assim,como num açougue?!,mas logo acostumou-se era tudo muito rápido ela só precisa excitá-los (o que não era assim tão difícil) e depois deixar que eles enfiassem aquela coisa gosmenta e dura dentro dela,ela fingiria um orgasmo e no fim sairia correndo para drogar-se e esquecer de tudo .

Sabia que isso não tinha gosto de sexo,sabia que isso era egoísmo,prostituição ou sei la o que,ainda podia sentir na boca e no corpo o gosto de um sexo de verdade e quando ela lembrava-se desses gostos demorava-se a esquecer então nesses momentos sim,tinha vontade de sair daquela vida,de ir dormir na sua cama, provavelmente limpa, que com certeza ainda esperava por ela,mas sabia que la também teria saudades de um sexo de verdade,teria saudade de um beijo quente feito café e, preferia ficar ali sozinha .

Foi até um revendedor,o que em um lugar como São Paulo,encontra-se um em cada esquina.

Comprou suas pedras,guardou-as no bolso,acendeu uma no seu cachimbo tirou um espelho da mochila,olhou bem no fundo de seus olhos e,brindou ao passado que nunca mais retornaria,deu uma tragada e sorriu.

E,só então percebeu que três de seus dentes da frente estavam faltando .