)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Oi... Eu nem sei direito porque me permiti escrever para você. Depois de ter te visto na segunda, fiquei remoendo nosso encontro... E se te conheço bem, sei que também o fizeste, se fosse há algum tempo atrás apostaria, que tu prometeste nunca mais sair de casa naquele horário, para não correr o risco de me encontrar. Depois que entrei no ônibus, me desesperei. Fiquei em choque com nossos sorrisos mecânicos, queria ter parado, te abraçado, saber se estava tudo bem... Mas, não o fiz. Naquele dia acordei um pouco zonza, coloquei qualquer roupa e parti. Talvez por isso não tenha parado, por estar feia, por estar mal arrumada, por estar incomodada. Não queria que me visse assim, sempre espero (demonstrar) estar melhor do que tu. Por mais que eu seja a mais aberta, a que menos finge todo esse sentimento, ainda quero ser a mais forte. Estou há uma semana remoendo tudo isso... Ligar? Exclui teu telefone. Não podia me dar ao luxo de numa dessas crises te procurar. Este encontro mexeu comigo, me pesou... Ao te ver, lembrei de um conto teu, “sabiam que iam casar, passasse quanto tempo fosse...” algo assim. Lembrei de tudo, fui remoendo cada cena, fiquei mal o dia inteiro, tive que desabafar com alguém que nem conheço, saí lendo nossos blogs e cartas. Todos os pedaços desta história que não teve começo e muito menos fim. Sei que estás bem. Que estás feliz, seguindo tua vida. E fiquei bem por nenhum de nós dois ter feito o esforço de parar. Eu sei que não consigo levar e viver este nosso sentimento mesmo, no fim não faz sentido querer te ter novamente. É, deve ser isso.  No fim do dia, só agradeci á essa correria louca da rotina, que ainda é uma boa desculpa quando a gente quer. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

   



Acordou com o despertador quase lhe ensurdecendo,os olhos ainda úmidos (culpa do sonho que tivera),deu um pulo e foi pro chuveiro.  Não queria pensar,fazia dias que tentava esquecer. Tomou um gole de café amargo,tanto quanto tudo que estava emaranhado em sua garganta, e tragou o primeiro cigarro do dia. Era uma manhã gelada,pegou um casaco qualquer e correu para o ônibus.
  Ficou o dia inteiro sorrindo,fingindo estar bem,fingindo estar insensível a tudo que estava acontecendo ao seu redor.
  Era engraçado,agora ver,o quanto as pessoas fingiam o tempo inteiro. Seu grandes companheiros,seus "brothers",sorriam pra ela e ao mesmo tempo queriam comê-la viva. Se pudessem iriam devorá-la ali mesmo,na frente de todo mundo. Depois de um tempo,ela também aprendera a se virar assim,era mais fácil. Olhava,sorria e pensava: "- como vocês podem acreditar que eu não vejo? que eu não sei?" Ela sabia,sempre soube. Preferiu acreditar que não por um tempo,é verdade,mas sabia e via cada gesto meticuloso deles.
  Ao fim do dia,encontrou com ele,no café. Os dois estavam fumando e a mistura de café com cigarro,que tanto dava prazer á ela,a fez ter vontade de vomitar. Ele sorriu,tímido. Não sabiam mais como se cumprimentar. Sorrir? Beijar? Bater? Esnobar? "Sejamos sociais,oras!Vivamos de aparências!" Sabia que era isso que pensavam.
  Ela o olhou,os cabelos escorridos e as calças encharcadas,culpa da chuva que caiu mais cedo. Ele era tão lindo assim. Depois o olhou,o analisou e viu que ele era tão feio. Alguém tão sem coragem,alguém que se perde,que tem medo de si próprio,que foge,alguém digno de pena...
  Fingir não era a melhor coisa que ela sabia saber,não conseguiu ficar mais do que cinco minutos perto dele,pegou a bolsa com certa violência e partiu. Todo o amargo tentando sair de dentro dela,a vontade de gritar,de pegá-lo pelos braços e mostrar todo o mal que ele tinha feito.
Mas,não fez nada disso,ela também era digna de pena. Ela também tinha medo dela,também lhe faltava coragem. Apenas caminhou em direção ao ônibus e foi em busca de uma nova filosofia de vida.

terça-feira, 5 de março de 2013

  Olhou pro céu e sorriu... Estava agradecida,pelo pão com queijo quentinho que tinha nas mãos e  pelo gosto de café que tinha na boca. Estava a tarde inteira sentada ali,no gramado da praça,ouvindo hora o som do fone,hora o som do vento. 
  Pensou em tudo que lhe havia acontecido nos últimos dias e viu que só estava lhe faltando uma coisa pra se tornar completa: um amor! A vida já lhe tinha entregue alguém para dormir aos finais de semana,alguém pra lhe fazer cafuné e para acordar com beijinhos. Mas ainda assim,lhe faltava o amor.
  Estava gostando do seu namorico atual,não tinha nada do homem utópico que ela tanto esperava,mas supria suas carências e a fazia sorrir... Apesar de quase nunca conversarem,sobre as coisas de que ela curtia.
 O coração apertou quando lembrou de alguém que deixou escapar,não o fez por mal. Fez por medo e ele sabia que fora assim,era tanto sentimento junto,tanta coisa nova,que ela não sabia como administrar. "Coisa de outra vida",dizia ela e ele concordava. Ambos sabiam que tinham um contrato invisível e ela sabia que iriam se pertencer novamente,nessa ou em outra vida.Depois de três anos,assistiu o filme que ele lhe indicou desde o primeiro momento,e ela quis que fosse como o filme,queria que tivessem se esquecido durante um curto prazo e quando se reencontrassem,vivessem tudo de novo, desde o começo.
 Chegou outro pensamento e ele se foi junto com a música do Renato Russo,respirou fundo e fechou os olhos,sentindo o sol despedindo-se do seu corpo. Pegou um cigarro na bolsa,ele a mataria se soubesse que estava fumando,e brindou com o infinito do horizonte. Sabendo que era só mais uma fase,outras piores viriam e melhores também. Ela estava nesta vida somente para encontra-lo sabia disso,não queria encontrar mais ninguém. E da próxima vez,prometeu pra si,jamais deixará escapa-lo!